terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cérebro de um, comportamento de outro?



Esse mês, um dos e-mails me deixou entusiasmado, pois o leitor, ao que parece, um questionador nato, me inquiriu sobre a homossexualidade e a posição bíblica. Recentemente, a mídia divulgou resultados de uma pesquisa que afirmava que o cérebro de um homossexual é igual ao de uma mulher. Em suma, dizia o dito estudo que o homem gay tem cérebro feminino. Essa pesquisa, dizia a reportagem, comprovava que os homossexuais nascem desse jeito, que não teriam culpa de seu comportamento, enfim, que Deus errou no projeto de idealização dos seres humanos.






Bom, Tem alguma coisa errada. Em ciência, pesquisas como essas não refletem certeza, nem mesmo objetividade. Assim, quando se analisam materiais como esse, é muito comum encontrar certezas científicas em lugar de proximidades, já que em áreas experimentais, mesmo usando-se o método científico, é raro poder-se afirmar honestamente qualquer coisa com absoluta certeza. E quando não se usa o método científico as incertezas intrínsecas costumam ser muito maiores.
Expressões como provavelmente e talvez, deveriam ser preferidas a expressões de certeza e definição. Quando leio palavras como provavelmente e talvez, entendo que tendem a indicar de uma maneira honesta alguns dos limites dos conhecimentos dos autores, os cientistas. Graves, também, são afirmações que escondem as incertezas presentes nos conhecimentos de quem está se expressando, pois os artigos que usam expressões que parecem afirmar certezas tendem a estar mais distantes da própria metodologia científica que enaltecem.Um ponto estratégico no qual um grande número de pesquisadores fracassa em relação ao uso do método científico é a medição do grau de certeza de suas conclusões. Mesmo itens nos quais tem-se a maior confiança, normalmente apresentam um nível de confiança bastante menor do que 100%, do ponto de vista matemático.


Na Física, por exemplo, são realizados inúmeros experimentos, a fim de determinar a confiabilidade dos princípios usados.
Por exemplo, um físico pode afirmar que a massa de um antipróton é igual à massa de um próton. Isso pode ser uma verdade exata no contexto de muitos modelos bem sucedidos, mas, para ser preciso de um ponto de vista experimental, ele deveria afirmar em uma revista de divulgação: "Um antipróton muito provavelmente tem massa igual à de um próton."
Já em um trabalho científico, mais apropriado seria traduzir a expressão muito provavelmente pela informação que está por detrás da declaração, isto é: "Pode-se afirmar, com nível de confiança de 90%, que p-a/p <>

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